Entre os principais sinistros em Seguro de Eventos, cancelamento de Shows é um dos que causa maiores prejuízos aos envolvidos. |
O fortalecimento do Brasil como palco para realização de grandes eventos mundiais tem aquecido o mercado de seguros nacional e internacional, mas a contratação de seguros ainda é baixa se comparada à crescente demanda. A corretora Mentor Seguros estima que, por mês, são realizados entre 10 e 15 mil eventos no País, mas, em média, apenas 20% deles são segurados.
O levantamento da corretora mostra também que a maior contratação de seguros é feita para a realização de shows e eventos esportivos – cerca de 30% desses eventos são segurados. Feiras, congressos e seminários têm 15% de suas realizações protegidas – mesmo percentual de contratação de seguro para ações de live marketing. Espetáculos teatrais, circos, palestras e treinamentos contratam seguro em apenas 10% dos casos. Segundo o Diretor de entretenimento da Mentor | SeguroDeEventos.com, Rodrigo Cesar, nos próximos anos a disseminação do seguro de eventos deve crescer, principalmente, entre hotéis e resorts em todo o Brasil, que recebem muitos eventos de pequeno porte em um curto espaço de tempo. A contratação da proteção, porém, é maior entre as empresas que realizam grandes eventos, com exposição e investimentos maiores. Para reverter o cenário de baixa penetração do seguro, Rodrigo Cesar, afirma que é necessário tornar obrigatória a contratação do seguro de eventos. “Certamente temos um volume de comercialização abaixo da demanda atual. A contratação desse seguro sendo obrigatória e necessária para a liberação dos alvarás das prefeituras e do Corpo de Bombeiros daria mais fôlego às operações, contribuindo para expandir a cultura de seguros no País”, explica. Hoje, países como os Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Espanha e Itália já são líderes na disseminação de proteções para eventos. O seguro de eventos é hoje considerado como uma das ferramentas de responsabilidade social, prevenção de riscos e prejuízos financeiros mais eficientes, voltada para organizadores de eventos, produtoras, agências de marketing e publicidade, fornecedores de serviços para eventos, expositores, cerimonialistas, entre outros. Entre as coberturas, as mais contratadas são as de responsabilidade civil, instalação, montagem e desmontagem, estruturas temporárias e palcos, cancelamentos, no-show e equipamentos. Segundo Cesar, o valor da apólice varia entre 1 e 3%, em média, em relação ao valor total estimado para a produção do evento. “Esse número é muito baixo perto da tranquilidade de realizar um evento com segurança”. Ele completa ainda que após a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, região Sul do Brasil, pouca coisa mudou na prática. “Não vemos a mentalidade dos proprietários de espaços, os organizadores e fornecedores mudar sem que haja uma legislação e fiscalização mais efetiva. A obrigatoriedade da contratação ajudaria no amadurecimento cultural do segmento de eventos”, ressalta. Entre os principais sinistros que ocorrem na realização de eventos, o não comparecimento de artistas aos shows ou até o adiamento do fato são os mais comuns. Cesar cita ainda alguns casos que ficaram marcados, como o não comparecimento da cantora Norah Jones em sua turnê devido à morte do pai em 2012, e a interrupção e o adiamento do show da banda Iron Maiden por conta da queda do alambrado que separava o palco da plateia. “São casos que, sem o seguro, poderiam resultar em grandes prejuízos financeiros para as empresas envolvidas”, explica Cesar. Vistoria ainda é secundária em 95% dos casos Feitas para identificar os principais riscos aos quais os locais estão sujeitos, as vistorias ainda são vistas como secundárias pelo próprio setor de seguros. Na prática, poucos eventos e locais são visitados pelas seguradoras antes do fechamento da apólice e ocorrem apenas em eventos de grande porte e quando solicitadas pelos próprios segurados. “As seguradoras, no entanto, incluem nas condições gerais dos contratos dos produtos uma série de exigências em relação à proteção, prevenção de riscos, segurança e engenharia, e que naturalmente geram um padrão de qualidade”, lembra Rodrigo Cesar, que ressalta ainda que a realização das vistorias em massa resultaria em custos mais altos das apólices. |